terça-feira, janeiro 22, 2008

EDIVALDO SANTANA - ENSAIO TV CULTURA







Paulistano da periferia, filho de pai piauiense e mãe pernambucana, Edvaldo Santana é um dos fundadores do Movimento Popular de Arte (MPA) – primeiro agrupamento de artistas na periferia. Nos anos 80, o MPA comandou atividades de lazer e cultura garantindo a ocupação de espaços culturais (praças, favelas, salões de igrejas e, até mesmo, ruas) que propiciou novas perspectivas para o artista e, conseqüentemente, levou ao nascimento de um público interessado nas idéias que refletiam o seu cotidiano. A produção de um LP com os artistas locais e a gravação do programa “Cidade dos meus amores” para a TV Cultura registraram as criações desenvolvidas pelos artistas entre 1979 e 1985.Aos 20 anos, Edvaldo Santana passou a dedicar-se totalmente à música, que, desde sua infância, estava presente em sua vida, nas reuniões de seu pai e amigos, e na adolescência, quando escrevia letras para os festivais estudantis da Zona Leste paulista. Formou a banda Matéria Prima, com a qual gravou seus primeiros discos, apresentou-se com Tom Zé num festival de artes de Assis, além de realizar shows em teatros, festivais e programas de televisão, como Fantástico, Clube dos Artistas, Silvio Santos, Bolinha, Raul Gil, entre outros. Seu primeiro trabalho solo independente foi o CD Lobo Solitário, de 93, no qual gravou a música Metrô Linha 743, de Raul Seixas, um de seus artistas preferidos. Edvaldo Santana pretende relançar este álbum, hoje fora de cartaz. Dois anos depois, veio Tá assustado? e a faixa Caximbo tornou-se um vídeo-clipe exibido na MTV.Adepto a outras formas artísticas, principalmente à poesia, ele faz da sua música uma simbiose original entre o legado deixado pelos seus ancestrais de negros e índios e as manifestações culturais espalhadas universais. No seu terceiro álbum, Edvaldo inaugurou parceria com Itamar Assumpção (Blues cabloco) e gravou Dor Elegante, música lançada mais tarde por Zélia Duncan


ESCUTE:
A minha dor
Edvaldo Santana
Composição: Edvaldo Santana
A minha dor é mais que uma dor cigana
A minha dor também fica em São Miguel
É lá de baixo lá de baixo não se engana
Não é preciso que se passe pro papel
A minha dor tá encarnada no menino
Sorveteiro, duro e franzino
Que não passa de um figurino
Pra manter o que não tem
A minha dor tá na boca da menina
Tronxa, mole, nova e franzina
Que alimenta a margarina
E vegeta como um trem
A minha dor é mais que uma. . .
A minha dor tá no olhar da minha velha
Enrugada por Amélia
Faladeira sem corbélia
Que sonhou e só sonhou
A minha dor tá no riso do meu pai
Que dispensou o satanás
Pra casar com outros ais
E se gravou dizendo amém
A minha dor é mais que uma . . .
A minha dor me fez louco de bandeja
Gás da Nitro é quem me beija
Meu amor me proteja
Já mudei da Lajeado
Essa dor canto tem no vento a sutileza
De cantar a dor que é a mesma
Dor que anda em toda mesa
Onde sentam os inocentes
Do ultimo CD "Reserva de Alegria" e é a faixa que encerra o disco... que é um MUST!

Um comentário:

Lonely Girl disse...

Que pena que não fiquei sabendo do programa antes dele rolar!
Sou fãzona do Edvaldo!
Adoro o trabalho dele!